Sexta-Feira, 23 de Abril de 2010
Pompeia perdeu no final da tarde desta sexta-feira (23), o comendador Shunji Nishimura, que faleceu aos 99 anos. O Prefeito Oscar Yasuda decretou luto oficial por cinco dias. O corpo será velado na Fundação Shunji Nishimura.
Shunji Nishimura chegou ao Brasil em 1932 e de lá para cá construiu uma história de força, perseverança e realizações.
Do Porto de Santos, onde desembarcou, foi direto para uma fazenda na lavoura de café. Trabalhava tanto que as mãos chegavam a sangrar. Um ano depois foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Em Petrópolis arrumou emprego de garçom na casa de uma família tradicional.
Com o lema de que sempre deve começar mais cedo o trabalho e terminar mais tarde, também cuidava dos jardins e fez uma horta. Foi reconhecido e ganhou um pouco de dinheiro. Voltou para São Paulo, onde matriculou-se no primário e foi trabalhar como torneiro e soldador.
Aos domingos frequentava a Igreja Episcopal, onde dava aula na escola dominical e conheceu a professora Chieko, com quem se casou. Com amigos, abriu uma oficina no bairro da Lapa. O dinheiro não dava para todos e mais uma vez recomeçou a vida. Entrou no trem e prometeu só descer na última parada. Foi na cidade de Pompéia, em abril de 1938. Abriu uma pequena oficina na própria casa e colocou a corajosa placa: " Conserta-se Tudo".
Começou a fabricar seus próprios produtos, como canecas feitas à base de latas de óleo. A oficina cresceu e 10 anos depois ele fundou as Máquinas Agrícolas Jacto. No ano seguinte surgiu a primeira polvilhadeira costal manual, que foi sucesso imediato no combate às pragas do café e algodão.
Vieram depois os pulverizadores e em 1979. Shunji Nishimura trouxe para Pompéia o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, quando lançou a primeira colhedeira de café do mundo: A k-3,feita com tecnologia nacional, que derriça o café, recolhe, abana e ensaca os grãos
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