terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Centésimo Ano



O Corinthians acaba de entrar em seu centésimo ano de vida.

Vida de glórias e de dores.

Um centenário que deve ser comemorado pelo fenômeno do corinthianismo.

Fênomeno que fez do Corinthians o clube mais popular do Estado mais populoso e importante do Brasil.

Nenhum outro clube brasileiro tem, em seu Estado, tantos torcedores como tem o Corinthians em São Paulo, que deveria se chamar Corinthians.

E por que, se o Corinthians não é nem mais campeão que seus rivais e nem estádio tem?

Porque certas coisas são inexplicáveis e para o corinthiano ser ou não campeão é mero detalhe.

Razão pela qual o centenário corinthiano deve ser comemorado por si mesmo.

Se junto vierem novas conquistas, muito bem, nada contra.

Mas a maior conquista é estar vivo, há 99 anos, no coração do povo corinthiano.

Com a certeza da eternidade.

Juca Kfouri







Há exatos 99 anos, no dia 1 de setembro de 1910, por volta das 20h30, um grupo de homens de vida humilde esperava o bonde para voltar para casa na esquina da Rua dos Italianos com a Rua José Paulino no bairro do Bom Retiro. À luz de um lampião, esses trabalhadores tiveram a ideia de criar uma equipe de futebol.

Nascia ali uma história de paixão infinita e de amor eterno. Nascia o inexplicável amor de milhões de fanáticos que, mesmo 23 anos sem conquistar o apogeu, fizeram esse amor se multiplicar. Finalmente nossa própria imagem estava representada, a imagem de um povo que vivia na raça sim, nas dificuldades, mas sempre com muito amor tocando a vida.

Passamos por momentos de dificuldades, mas sempre estávamos ali, como uma família, que nas horas mais difíceis se une para se reerguer e refazer a vida, e à cada reerguida surgíamos mais fortes e confiantes. Durante a ditadura, fizemos a democracia e durante a democracia derrubamos ditadores.

" O Corinthians vai ser o time do povo,
e o povo é quem vai fazer o time.
"

Como bem profetizou Miguel Bataglia, o Corinthians é o símbolo do povo. Do povo que sofre todas as decepções, desde as mais legítimas, como também as de seus sonhos, suas glórias, suas conquistas. Que é humilde. Povo que se abate, mas que ao mesmo tempo, sabe que precisa recomeçar. E recomeça! Está presente em todas as lutas.

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